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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

bicho

vontade de te colocar debaixo da asa
como se indefeso, de tudo, fosse
como se teu passo pudesse
ser limitado à extensão do meu passo
andar no jogo do meu compasso
dividir o calor do meu ninho contigo.
vontade que me consome de te resguardar
de ti mesmo e da tua auto-destruição
tua tendência à ruína, à fraqueza
a inércia de tuas atitudes calculadas
sobre mim.
vontade de que fosse tudo que idealizo
em segredo
que correspondesse aos meus anseios
e caprichos.
vontade de que fosse meu, só meu
meu bicho.