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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

subversão do sonho

tão calmo como um lago
beirando ao marasmo
sendo teu porto de forma ingênua
onde deságua toda tua sina
teus problemas
passa incólume pela tua tempestade.
sempre sereno e de peito aberto
pronto pra te estender a mão
te tirar da chuva
te catar como pai
como menina da rua
sem te pedir satisfação, sem uma palavra
sem acusações, sem dizer nada
apenas te encosta no peito
e te faz sentir tão pequena
e amada.
por vezes dono de uma essência
misteriosa
o tipo ideal que troca a lâmpada
te traz flores no final do dia
abre a porta, faz a janta
fazendo cada momento
realmente valer a pena.
sendo ele mesmo, assim, indecifrável
habitando o meu sonho mais secreto
sendo o meu maior desejo
ele é o avesso da tua realidade
a calma que eu nunca encontrei
em ninguém.
gesto simples de ser ele mesmo
sendo ele mesmo, o par perfeito
ele não existe, não o conheço
e habita por completo
a subversão do meu sonho.