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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

à queima roupa

quando você me encontra você também sente
a mesma coisa molhada e quente
que eu?
quase posso enxergar o desejo escorrendo
pelo teus poros
me decifra, concede a honra dessa dança
confessa no meu ouvido tuas fantasias
cola teu corpo no meu, suave
no ritmo quente dessa melodia.
nos encontramos no escuro, você me beija desesperadamente
como se buscasse alguma coisa, um passo
pra me levar à loucura.
prenso teu corpo contra a parede
seguro teus braços, levanto tua camisa
você ri, com timidez, desconcertado
e eu pensando em coisas que você nem imagina.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

x

como uma nota desafinada, díspar
à sua maneira ele é
perturbador como uma melodia desalinhada
um código que eu talvez deva decifrar
sem se preocupar com nada, ele é
um pedaço do inexplicável
um homem qualquer.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

hard

ele tem algo de menino perdido
um mistério ao redor de sua alma
tenta não demonstrar
sua aparente calma
ele me enche de bobagens
o ouvido.
encontro casual não faz meu estilo
armadilhas do destino
envolvem algum perigo
me sinto pronta pra entrar na dança
te desenhar todo
juntar pedaços desse quebra-cabeça
participar do teu jogo
o que fica exposto
quando passa e olha, sorri
me desconcerta sem saber
ele tem um quê
irresistível
de quem só quer se divertir.

flash back

algumas luzes confundem
visão turva
som ensurdecedor
derrapo na curva
ajeito o sapato no pé
levanto a cabeça
tua boca vem
de encontro a minha
mais uma dose
mais uma noite
tua mão no meu ombro
- pra casa - já era dia.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

residual

sinos batendo, confusão, quente como um vulcão
te assistindo derreter aos poucos, queimando
observando as gotas de suor escorrendo
pelo teu corpo
eu destilo os segredos que me interessam
de cada fragmento teu.

vontade feroz que você tem de destruir
aquilo que ama
você nem mesmo entende a moral do teu drama
participa coadjuvante desse jogo de horror
colecionando corpos nus na tua cama.

tua digital é a mesma, o copo quebrado no fundo do olho
a antiga queda pelas mesmas coisas, os mesmos erros
você ainda não é quem enxerga no espelho,
tentando matar algo que não pode ser morto
você quer esse amor exposto e crucificado,
mas, meu bem, como se pode matar algo
que antes já haviam matado?

domingo, 20 de novembro de 2011

rhruat

ele senta lá esperando que alguém o salve
do que ele costumava ser
mais uma noite, mais uma dose, mais um cigarro
pra esquecer.
basta observar como traga a fumaça
uma maneira perigosa
nele, uma sensatez quase insensata
naqueles olhos um brilho perturbador
malha viciosa.
essa queda pelo ceticismo mexe comigo
um ponto de interrogação constante
"combinação explosiva"
diziam os livros da estante.
te decifrar, me libertar
fragmentos da tua voz no meu ouvido
encontro marcado com o perigo
minha pele permeável
à tua libido.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

new

ele parece ser do tipo alta tensão
fico analisando o modo de gesticular
com as mãos
e cada vez que a língua passa
molhando os lábios
no intervalo entre as frases;
ele parece ser um vulcão
pronto pra entrar em erupção.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

beat

quando você se aproxima quase derretendo pela parede
posso sentir tua respiração ofegante, cada batimento
combinando com a batida da música, teu movimento
você vem escorrendo como a água da chuva
incontrolável
pelo apartamento.
tomo mais um gole da bebida, altas horas da madrugada
na tua boca um gosto intragável
na minha cabeça pensamentos instáveis, misto de culpa
e compaixão
continuo insistindo no não, nem pensar, não vou me entregar
à essa batida, à tua confusão.
posso sentir teu calor quando te esfrega na minha perna
como um animal no cio, pedindo carinho
te prenso contra a parede, te causo arrepio
seguro tua nuca com a mão
repito mais uma vez no teu ouvido que não, e é não
você continua suando frio.

um segundo

teus fios de cabelo entre meus dedos
mais uma noite de insônia
tua pele, teu cheiro
e o meu péssimo diagnóstico
a situação é crítica.
tenho uma queda pelo que não se deve ter
vivo em contradição
eu não entendo
um não.
tua boca na minha, fragmento
daquilo que se foi com o tempo
devaneio, um sonho
apenas isso o nosso momento.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ali

sabendo de cada coisa, eu estava ali
revivendo uma cena antiga
eu estava ali
estática
apenas presenciando.
o que mais desejei, todo esse tempo
em silêncio, no meu coração
estava ali, diante dos meus olhos
ao alcance das minhas mãos.
concordando com cada passo infalso
eu estava ali
partilhando o mesmo ar, a mesma dúvida
sentei ao lado dele, pedi uma bebida
sabendo de tudo, eu fiquei
nessa rua sem saída.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

dentro

olhe pra ele, veja como ele é legal
analise tudo que ele tem a oferecer
todo esse sentimentalismo artificial.
talvez se aproxime, descubra o que ele tem por dentro
a falsa simpatia, uma hipótese de segredo
encoste na ferida, exponha-se diante do espelho
toque-o, uma vez
isso deve causar medo.

você logo vai conhecê-lo
observe seu generoso coração
putrefar
por falta de bom uso
e solidão.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

toque

ele segura a minha mão de um jeito especial
fico atenta a qualquer movimento dele
até o jeito que pega meu cabelo
causa arrepio.
me beija e escapa pelos meus dedos
deixa na boca um gosto de dúvida
nunca sei o que ele pensa, talvez
transcender os limites do imaginável
penso que ele tenha a capacidade de me fazer sentir
o impossível.
me pergunto o que me faz tão suscetível
por qual motivo o simples toque
deixa mais ofegante minha respiração
que domínio ele possa exercer sobre mim
quando me tem ao alcance das mãos.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

pleno

sentimento de saciedade e paz
a explicação para qualquer transtorno
que ele venha a causar
em um simples olhar
e respirar
dele.
sorriso que transforma o dia,
até então desalinhado,
em uma retilínea
sentido: o mesmo abraço.
não tenho dúvidas ou incertezas
a possibilidade da presença
já altera meu batimento cardíaco,
talvez o jeito leve de ser ele mesmo
o ritmo com que me conduz à dança
a pele, o toque, a cor dos cabelos
todos os indícios, é ele, só ele
e só.

domingo, 22 de maio de 2011

milímetro

péssimo diagnóstico, más notícias
estou perdida
contraditório porque nunca me vi
seguindo o caminho correto
como dessa vez.

eu e a minha queda
pela insensatez.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

enlace

te descubro então, menino
um quê de desamparado
enrolado no próprio laço
sem saber do pecado
que acabou de cometer.

te tomo de tudo
que você já conhece
te trago a essa atmosfera
onde eu vivo
te deixo sentir o gosto
do fruto proibido
e te saqueio todas
as boas intenções.

me despeço de ti
com esse gosto na boca
na cabeça uma certeza
nós escolhemos assim.

terça-feira, 12 de abril de 2011

terça-feira, 5 de abril de 2011

domingo, 3 de abril de 2011

abraço

vem como a brisa e quando me abraça
me faz sentir tão pequena
sinto que talvez tu esteja ali
pra sempre...

vem como a tempestade
desola
quando simplesmente se faz
ausente.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

reflexiva

analisando o passado não tão distante
latente
me pergunto como eu pude viver
sem meu coração
e hoje, finalmente, o vejo
em boas mãos.

quinta-feira, 31 de março de 2011

sábado, 26 de março de 2011

.

posso sentir o teu amor, quase palpável
beleza infinita da tua alma, teu jeito
tua capacidade de sentir, detalhes
que você mesmo desconhece.
vejo em ti um ser nobre e brusco
inconsciente de sua capacidade de amar
perfeito, mas precisando aperfeiçoamento
querendo um empurrãozinho pra liberar
essa essência que me encanta, teu ser
impressionantemente bom
inédito em ti


digamos que te veja por um lado
que você nem conhece...

sexta-feira, 25 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

casa no campo

não desacredito em mim e em minhas verdades
ainda quero uma casa no campo
mesa cheia de filhos e netos, minha família
tudo que sempre sonhei, meu pedaço nesse mundo
minha metade
nunca é tarde para acreditar no amor.
quero sentir o abraço que me deixa feliz
pelo simples fato de existir
toda a cumplicidade
do amor e da paz de espírito
toda a leveza de ser que existe em mim.
quero sentir a brisa do teu respirar
ser que eu desconheço, ainda não encontrei
paz, barulho dos pássaros cantando
nessas manhãs de domingo, passeio no lago
que se completam no teu abraço
felicidade em apenas te saber
ao meu lado.
quero uma casa no campo, teu beijo em cada manhã
fugir do cotidiano que nos persegue, sina de todos nós
vivendo, sofrendo, sendo nós mesmos
de mãos dadas, alegres
desatando todos esses nós.

domingo, 20 de março de 2011

sábado, 19 de março de 2011

você

você é o desenho do meu sonho, tudo que eu esperava
perfeito e ao mesmo tempo a coisa mais errada
o pior erro que já cometi na vida.
te observo me olhar, vejo teus traços e teus olhos
de um preto que eu adoro, tua docilidade, teus cílios
teus detalhes, teus embaraços, te fixei na moldura
do meu pensamento.

impossível viver sem pensar em você.

quinta-feira, 17 de março de 2011

.

vejo no teu sorriso a paz que eu não conhecia mais
sentimentos que eu sentia tão distantes
calma, verdade, clareza de ser e de palavras
outra visão, outra realidade
uma nova página nesse livro, outro abraço
um novo toque à minha vida.
você, que surgiu de repente
chegou como quem não quer nada
me fala qualquer besteira, me deixa espantada
em relação a tudo que eu posso te dar de bom
que existe em mim.
sinto que a cada passo que dou, me restabeleço
me sinto mais inteira, melhor, num geral
levo tua paz junto comigo, tua tranquilidade
teu afeto
e quero retribuir, de igual pra igual.

quarta-feira, 16 de março de 2011

feliz

tem gente que me deixa feliz só por existir.

ah! obrigada, vida.

muitas e muitas voltas, um só caminho.

enfim, feliz.

domingo, 13 de março de 2011

sim

ele me deixa feliz, me faz sorrir
tem um cetim por cima de sua alma
mal sabe o que me causa
mas eu sei, e quero.

toco nos lábios dele, beijo sua boca
com força
se me quer
apenas faz que sim com a cabeça
te descubro, te tomo, te toco
não sei como vai terminar
me sufocando
mas eu gosto.

boca

boca que eu desejo beijar
sabor novo que desconheço
se deixando conquistar.
quero teu beijo de maneira suave
nessa tua rendição
quero tua boca, tua língua
te ter ao alcance das mãos.
incógnita, ser diferente e magnífico
quero desvendar teu artifício
de me fazer querer te beijar
sem o menor esforço pra isso.

sexta-feira, 11 de março de 2011

!

tua liberdade termina onde começa a minha

sendo assim, cada um com sua vida.

ele

ele é a paz visível ao meu coração
ato de puro egoísmo e loucura
tem o que me falta e ao mesmo tempo
me deixa excessiva a falta de senso.
mal o conheço mas me encanta
penso que possa ser um amor novo
daqueles que nos deixa tonto.
ele talvez seja o destino
me pregando uma peça
a paz das manhãs de domingo
a calma que meu corpo tanto precisa
minha maior contradição.
ele talvez seja o ideal
bem diante dos meus olhos
um pouco longe do coração.
ele talvez chegue como tempestade
destrua tudo, me tome emprestado
e depois me escape pelas mãos.

sábado, 5 de março de 2011

solidão

bagunça que não há nesses lençóis
essas paredes cada vez mais silenciosas
ausência de presença com a qual me deparo
cada vez que chego em casa.
braços que não mais me rodeiam
toda vez que vou dormir
vejo palavras diferentes
dos rabiscos antigos desse caderno;
estou me acostumando com a solidão.
algo me diz que não há motivo algum
pra pensar em ser triste
a presença mais ilustre desse teatro
está presente no meu respirar
eu mesma, e me pego distraída
pensando na boca que não mais me beija
desejando um bom dia.

quarta-feira, 2 de março de 2011

menina

menina, você tem esse cheiro que eu desconheço
quando conversa comigo, me faz perder noção do tempo
eu quero falar, mas sempre esqueço
eu sempre perco o ponto.
quando me olha, me desatina, me deixa sem jeito
vai e vem, fala pra mim tudo o que pensa
desabafa, senta, chora, grita
e por vezes se torna a minha princesa
tão indefesa
chega derrubando tudo e falando dos teus desejos.
menina, você não tem razão de ser e me encontrou por acaso
talvez sejamos duas almas sem muito a perder
talvez tenhamos a mesma sina, sofrer
por algo que não seja tão ruim assim.
menina, você me ensina um ponto de vista
diferente do que eu conhecia, você me alucina
me vira de ponta cabeça, me diz coisas sem sentido
depois senta ao meu lado, como criança
e me pede pra cantar músicas doces
no teu ouvido.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

fotografia

te observar dormir, nesse momento em que só existe nós
a sensação do teu respirar contra o meu rosto
teus olhos fechados, te observo e você nem sabe.
paz gratuita de todas as noites
me fazer bem sem nem saber do bem que está fazendo.
há uma caixinha no fundo do quarto com lembranças guardadas
por vezes se distanciam de mim, mas eu as resgato
eu não quero perdê-las, eu as quero pra sempre
são apenas lembranças e momentos gravados na memória
risadas, abraços, sorrisos, olhares, toques
gestos, manias, conversas, brincadeiras, momentos,
o tempo leva e traz muita coisa, com o vento.
olhamos pra trás e nos encontramos com nós mesmos
quanta besteira!
te observar dormir, na minha memória
fotografia do passado.

diagnóstico

surpreendentemente bem
após a tempestade.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ok

uma cartinha no fundo da gaveta que dizia: "WILL YOU STILL LOVE ME TOMORROW?"

ironia do destino? talvez.

vamos em frente, em frente...

agonia

um ser convida pra provar uma bebida
que ambos sabemos ser proibida
veneno letal a quem não sabe
engoli-la da forma correta
pra que não engasgue.
não é exagero que senti o cheiro da tua carne
teu cheiro ruim, de maldade
noite passada.
segui teu cheiro de mentiras e falsidade
até a tua toca, teu beco imundo
onde você se esconde.
me sinto anestesiada, por um momento
como se nada do que penso
realmente tivesse acontecido
como se fosse um sonho
a ser esquecido
como se não acontecesse nada.
fico contando estrelas nessa madrugada
longe da tua corrupção e tua fraqueza
endireito a coluna, me acordei assustada
minha carteira de cigarros
estava sobre a mesa.
suponho que ele chegue e tenha algo a dizer
que não fica dito
a mim cabem várias ideias, implícitas
quer se fazer entender mas não age
como deveria.
temo que cometa alguns deslizes
por pura imaturidade.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

carta

sem dizer uma palavra ele levanta da mesa
em sã consciência ele ajeita a cadeira
nós dois sabemos o que está acontecendo.
não estou mais lidando com um menino
que eu possa acalmar entre meus braços
não estamos mais falando do mesmo assunto
nos reencontramos aqui, por acaso.
então ele arruma suas malas, suspira
como se estivesse sendo mandado embora
dessa casa que nunca deixou de ser dele
ele se despede, sem dizer uma palavra.
talvez eu devesse estar sentindo
um vazio mais vazio, do que sinto
talvez tudo não passe de imaginação
e você chegue, me estendendo a mão
dizendo que nada do que eu penso
realmente aconteceu
e que ainda somos apenas
como sempre
você e eu.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

pacto

desejo infantil de que pudesse fazer um pacto comigo
encostar as pontas dos teus dedos nos meus dedos
ler todos os meus pensamentos, enxergar por dentro.
que verdade em mim anda tão calada, silenciosa
pra que não possa ver de forma clara
o que nasce em mim, sincero e verdadeiro.
que não seja tarde demais, que ainda haja tempo
de a gente andar de mãos dadas, partilhando histórias
que ainda possamos olhar pra trás sem ligar a mínima
que ainda exista amor em nós.
desejo infantil de que me abraçasse pra sempre
que pudesse sentir teu batimento em minha pele
como se fossemos apenas um, um só coração.
que desejo em mim anda à espreita de um sinal
pra que incendeie
pra que se abram todas as portas, tudo que tiver de ser dito
que seja dito, que aconteça
que realmente ainda existe
paz na tua alma.