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segunda-feira, 6 de abril de 2015

imperativo

me tira essas coisas todas da cabeça
simplesmente coloca tudo no lugar de novo
ao meu entorno
suspiros e confissões, papéis amassados no chão do quarto
ando suspeita de mim, girando em direções contrárias
me enfeitando de outras cores, novos amores
teu olho castanho, dias, noites, anseios
ando à espreita das palavras, sentidos confusos
em cada linha que escrevo.
me levanta a saia, leva pela mão, anda do meu lado
quero transgredir, ser tomada nesse embaraço
na calçada, na rua, que se dane, só nós dois
sob a luz da lua
tua gargalhada no fundo da memória, figura instável
nessa história
quero pintar de novas cores esses quadros monocromáticos
inacabados
no fundo da gaveta ainda guardo nosso retrato
fragmentos, tudo ou nada, eu não quero mais
levar nada
me despir, me libertar
um passo à frente
sozinha contando as estrelas
madrugada.