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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

lúdico

não diga nada, não pergunte de onde eu vim, com quem estive
apenas continue, me abrace assim, nesse gesto de entrega.
venha e sinta o cheiro da minha pele, todos os meus segredos
decifre os códigos de cada suspiro, o meu silêncio
apareça e me compreenda a alma, me sinta respirar
venha e complete cada pedaço dessa visão lúdica do passado.
volte pra casa e aja normalmente, com teu andar doce
traga junto tuas idéias contraditórias, tua indiferença
não diga mais que nós estamos diferentes.
não diga mais que não cabe mais tua cabeça contra o meu peito
não insista que nós não temos mais defeitos, desencontros
não diga que meu sonho acabou.
entre pela porta, conte do teu dia, tua monotonia, tua rotina
todas as coisas que te compõem, quero entrar no teu jogo
quero saber de todos os códigos, procedimentos, vírgulas, parênteses, pontos, acentos
quero saber de tudo.
quero saber qual a dificuldade, o que impede e por que ficamos mudos
quando simplesmente nos olhamos, parados e estáticos, seguindo nossa trilha de erros e pecados, deixando tudo pra depois
sorrindo, dissimulando, sendo partes de um trato
que nós não fizemos entre nós dois.